NOTÍCIA - Os candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) participaram na noite deste domingo (10), em São Paulo, do primeiro debate deste segundo turno das eleições. O encontro foi promovido pela TV Bandeirantes. O encontro, que durou cerca de duas horas, abordou os seguintes temas: educação, distribuição de renda, descriminalização do aborto, denúncias de corrupção, segurança pública, situação econômica das santas-casas, tratamento de dependentes químicos, capitalização da Petrobras, exploração do pré-sal, privatizações, medicamentos genéricos, infraestrutura de portos e aeroportos, programas sociais e o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
COMENTÁRIO - Apesar do tom mais duro e agressivo adotado pelos candidatos, o debate, de um modo geral, pouco acrescentou em programas e projetos para o Brasil. Sua essência foi motivada pela animosidade existente entre Dilma (PT) e Serra (PSDB), apesar das aparências de tranquilidade que queriam demonstrar. A campanha tem sido, para ambos, cheia de ataques pessoais e que nada de positivo trazem para a população e o país. Quem esperava um 2º turno de idéias e debates em torno de propostas tem se frustrado até então. Do ponto de vista televisivo, da mídia eletrônica por si só, Serra leva vantagem sobre Dilma, que ainda não conseguiu despertar nos telespectadores simpatia e segurança em suas participações na TV (entrevistas e debates), apesar do tucano também não ser nenhum exemplo de simpatia e carisma, no entanto, sorri mais, se sai melhor diante das câmeras, o que lhe dá, em termos de imagem, uma leve vantagem sobre a petista, que não se livrou do estilo "gabinete".
Um fato que merece observação é que o debate da BAND ficou em 5º lugar no Ibope, que mede a audiência dos programas de televisão. O futuro do país, para os telespectadores brasileiros, foi menos importante do que programas como Pânico na TV, Fantástico e Fazenda 3. Pois é!
Um fato que merece observação é que o debate da BAND ficou em 5º lugar no Ibope, que mede a audiência dos programas de televisão. O futuro do país, para os telespectadores brasileiros, foi menos importante do que programas como Pânico na TV, Fantástico e Fazenda 3. Pois é!
Por enquanto, em termos de idéias e propostas para o país, a população tem ficado na ignorância, pois parece que tanto o PT quanto o PSDB, apesar dos discursos em torno do futuro do Brasil (aí ambos se declaram "salvadores" da pátria), as discussões giram mais no passado das duas administrações mais recentes no âmbito federal. Lamentável.
De diferente neste começo de segundo round da eleição 2010, para presidente, podemos destacar a discussão entre quem é ou não a favor do aborto no Brasil, como se esta decisão estivesse na agenda presidencial e fosse atribuição daquele(a) que seja eleito(a) no próximo dia 31. Misturar temática de fundo religioso com um momento de civismo e democracia como é a eleição direta, é no mínimo perturbador e equivocado. As idéias e os projetos para um país melhor se desenvolver e sua população ter mais saúde de qualidade, educação digna e eficiente, entre outros aspectos importantes no crescimento de um país e na qualidade de vida de seu povo, é que deveriam estar na pauta de discussão entre os brasileiros, e não se este ou aquele candidato acredita ou não em Deus, se é ou não a favor do Aborto, enfim, não devemos nos esquecer que o Brasil constitucionalmente é um país LAICO, e assim deve continuar, apesar das pressões do submundo religioso e dos porões medievais existentes em algumas instituições religiosas, que tentam sempre mudar esta conquista democrática do povo brasileiro.
O Brasil deve discutir questões como o aborto, no entanto, no tempo e nas condições sócio-políticas adequadas para tanto, e não no calor efervescente de uma disputa eleitoral.
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