WALDIR PIRES: "...NA POLÍTICA, TEM QUE TER LADO SEMPRE"

NOTÍCIA - O pré-candidato petista ao Senado, Waldir Pires, revelou que teve uma reunião de mais de 3h com o governador Jaques Wagner na noite desta segunda-feira (8) para discutir o seu desejo de concorrer às próximas eleições. (...) “Disse a ele que, na política, tem que ter lado sempre. (...) O partido deve ter uma presença no Senado”, defendeu. Waldir afirmou ainda que Wagner está preocupado com a eleição e com a governabilidade, mas criticou a demasiada cessão de espaços para as legendas mais conservadoras que têm negociado com o PT, como o PP, dos secretários de Agricultura, Roberto Muniz, e Infraestrutura, João Leão, e o PR, do senador César Borges. “O governo tem uma cara. Se a gente tem uma cara é evidente que no segundo turno estaremos mais fortes. Se houver segundo turno. Essa ‘direitona’ brasileira conservadora não pode tomar conta do Senado e da Câmara”, criticou.
Fonte: Bahia Notícias

COMENTÁRIO - Estas colocações vindas de um figura política do nível de Waldir Pires nos faz crer que ainda há vida coerente na política, apesar dos pesares e da realidade existente. Antes de 2003, no Brasil, a política, meu caro ex-governador, parecia ter lado. Sabíamos, ou pensávamos saber, quem era quem na política brasileira. Mesmo assim havia governabilidade para os governantes. As forças políticas de então eram o PT e o PSDB, tudo bem definido, com seus coadjuvantes e atores principais. Nem falo de situação nem de oposição, mas de cada "macaco no seu galho". Ponto final.
Depois veio um discurso mentiroso, mas que pegou e ficou, que era preciso abrir espaços para novos (velhos) aliados (adversários), em nome da governabilidade, pois sem eles não se podia governar, e as reformas seriam feitas, o país avançaria décadas em poucos anos, blá, blá, blá.... Um engodo eleitoral. Parecia até que antes de 2003, nenhum governo conseguiu governar (me permitam a redundância), quando o quadro político parecia ter lado. Não me recordo que os petistas de então tivessem sidos convidados a fazerem parte dos governos anteriores a Lula, nem tão pouco a mudarem de partido, indo para a base aliada de momento, mesmo assim, os governos governavam (êpa, de novo, me perdoem), inclusive os do PT. De lá para cá, quanta diferença. Tudo em nome da governabilidade.
Que fique claro uma coisa: não tenho, nunca tive, nada contra o diálogo e a aproximação política com os chamados adversários políticos de quem quer que seja, pelo contrário, nunca formei inimigos por conta de minhas posições ou opiniões políticas, e quem me conhece sabe disto, no entanto, é preciso coerência e firmeza na vida, na política não pode ser diferente. Não pode, ou não deveria é se ter permitido essa "salada" toda que hoje existe nos governos e partidos, comprometendo sua história e contribuindo imensamente para o aumento do descrédito popular junto a política e os seus representantes.
Nos EUA, existem 2 grande partidos políticos que se revezam no poder: Democratas e Republicanos. Há lado e há governabilidade. Na Europa, não é muito diferente.
Sem querer comparar o Brasil com outros países no mundo, mantenho minha coerência, sem perder a ternura e a educação, e prefiro ter lado. Parabéns mestre Waldir.