terça-feira, 10 de novembro de 2009

PLANEJAR É PRECISO!

OPINIÃO - Jacobina vem se desenvolvendo muito lentamente, por conta, principalmente, das disputas políticas entre grupos partidários e seus seguidores. Fazendo um breve retrospecto histórico, vamos verificar que, após a gestão Carlito Daltro, para não estendermos em muito este passeio pela história local, o município avançou muito pouco economicamente e socialmente. No aspecto urbano, suas características permanecem quase como naquela época, em termos de modificações estruturais provocadas pelo poder público municipal, ou seja, sobrou intenções e faltaram obras na cidade.

Nestes anos todos, a sociedade de Jacobina foi, e ainda é, testemunha de disputas políticas entre grupos partidários que não conseguiram promover o desenvolvimento sócio-econômico desejado e necessário, apesar dos esforços de alguns poucos interessados. No geral, apenas brigas, fofocas, intrigas e atraso político e social, deram o tom usado pelos políticos e seus seguidores nesse espaço de aproximadamente 12 anos que se passaram, em detrimento de se unir as forças para que o maior beneficiado fosse o município e seu povo. É preciso mudar esta postura. É preciso planejar e executar ações públicas e privadas visando uma Jacobina mais fortalecida economicamente e socialmente para os próximos 20 anos.

É necessário dar um basta neste modelo de se fazer política em Jacobina - este é o papel da sociedade organizada e consciente -, neste comportamento mesquinho e provinciano que caracteriza a política local, oligárquica, sem projetos, familiar e egoísta, e, a cada 4 anos, projeta o município cada vez mais para trás, sem rumo, sem direção.

Precisamos de um caminho, ou seja, precisamos planejar. A maioria das pessoas tem planos e poucos tem planejamento, e estes últimos, quase sempre, não logram êxito nos pleitos eleitorais, muito mais pela (des)educação política de nossa sociedade, o que contribui para o atraso, que, sejamos justo, não é privilégio de Jacobina, mas como é aqui que vivemos e construimos sonhos e realizamos nossas ações, somos prejudicados pelo pensamento imediatista e provincianos de muitos.

As transformações econômicas estão acontecendo no Brasil. E não ocorrendo por "milagres" ou por "boas intenções", mas por haver planejamento sustentável e visão desenvolvimentista nos municípios que avançam e se desenvolvem, a exemplo de Senhor do Bonfim e Feira de Santana, com a ampliação dos investimentos em infra-estrutura. É o que nos falta. É esta visão futurista e progressista que não existe na atual administração municipal. Investir não é despesa, é desenvolvimento e produz retorno em receitas a médio e a longo prazo, que farão valer a pena os investimentos realizados. Planejar ações públicas e executá-las, dentro dos limites orçamentários do município, buscando os recursos necessários no âmbito dos governos estadual e federal, é hoje, não somente uma obrigação de um(a) gestor(a) público, mas uma necessidade de cada município, sob pena de queda no IDH e nas condições de desenvolvimento econômico sustentável, ocasionando um aumento negativo nos indicadores sócio-econômicos de nosso município, e consequentemente promovendo um retrocesso sócio-econômico.

Temos, para ilustrar este raciocínio, há meses, uma Secretaria de Planejamento acéfala, que não planeja, que não pensa e nem realiza, portanto, atrasa o desenvolvimento local. Mais ainda: uma Secretaria de Agricultura que não propõe e nem executa políticas públicas visando o fortalecimento da Agropecuária; uma Secretaria de Educação que não cria e nem desenvolve ações pedagógicas que promovam uma revolução cultural e educacional aqui. Finalmente, uma gestão que vive num corpo político onde seus órgãos internos não agem em parcerias e unificadas em projetos comuns de desenvolvimento sustentável.

Se pergunta aqui e ali: Quais são os projetos da atual gestão municipal que visam promover o desenvolvimento de Jacobina para os próximos 4, 8 anos? Se forem o do plano de campanha eleitoral, triste Jacobina, o atraso é seu destino, já que nada vem sendo cumprido e revisado a cada dia. Não se sabe, pois planejar não é prioridade na atual gestão, assim como também não o foi, em sua integralidade, nos governos anteriores. Se repetem as falhas e as incompetências.

Uma gestão preocupada com o desenvolvimento de seu município, seja ela qual for, não fecha serviços que vinham funcionando e auxiliando a sociedade, pelo contrário, planeja e melhora tais serviços. Planeja e cria novos serviços e condições para que investimentos sejam feitos no município. Constrói sentimentos de desenvolvimento no seio de sua população, e não amplia mágoas e ressentimentos. Planejar é o caminho. Ainda há tempo.

Fred Santos
Especialista em Desenvolvimento Sustentável (UNEB)

Um comentário:

Unknown disse...

PARABÊNS PELA BELISSIMA MATERIA PLANEJAMENTO,BRILANTE.


LUCIANO GALLO