segunda-feira, 12 de outubro de 2009

STEDILE CHAMA LULA DE "MAL INFORMADO"

NOTÍCIA - "O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile afirmou que o movimento não perdeu o foco, que condena todo o tipo de "vandalismo" e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "mal informado" por ter classificado de "vandalismo" a ação do movimento numa área de plantação de laranja no interior de São Paulo. (...) Stedile ainda minimizou a derrubada dos pés de laranja na área da Cutrale, pois, segundo ele, a produção seria destinada à exportação, e não para a mesa dos brasileiros."

COMENTÁRIO - O MST, enquanto Movimento Social, em seus 25 anos de existência, completados em janeiro último, merece o apoio e o aplauso do brasileiro, quando se mantém em sua proposta original que é a Reforma Agrária justa e necessária em uma nação que foi e é injusta na questão da terra em seus mais de 500 anos, em especial em sua época colonial. Ponto pacífico. Mas não podemos aceitar e nem bater palmas para o vandalismo e a destruição de bens privados, inclusive é crime previsto na CF-88 e no Código Penal. Reforma Agrária sob a batuta do MST nos últimos 10, 15 anos, em especial, vem sendo conduzida por inúmeros atos de vandalismo e destruição dos patrimônios públicos e particulares, o que, naturalmente, começa a causar desconforto no Governo Lula e na população, que, apesar de serem favoráveis a busca de soluções para este grave problema social, não podem concordar com o uso da destruição e do vandalismo utilizado por prepostos e líderes do Movimento Sem Terra, comandado pelo economista João Pedro Stédile, um intelectual respeitado, mas que vem conduzindo as ações do MST com ferramentas stalinistas e pouco socialistas. Deixo bem claro que respeito o MST, enquanto Movimento Social, que considero o Stédile um dos homens mais inteligentes do país no tema em questão, mas não posso, enquanto cidadão respeitador da CF e das Leis brasileiras, concordar com a destruição e o vandalismo praticado por setores do MST contra os patrimônios privado e público, não obstante a intenção social em sua essência. Se acham com isto que faço da parte da "elite", que pensem assim, não me traz nenhum desconforto moral e nem intelectual. Estou com o presidente Lula, quando considerou ato de vandalismo a destruição de milhares de pés de laranjas de uma importante fazenda do sudeste brasileiro. E ninguém na política nacional deve conhecer melhor o MST e seus líderes que o presidente Lula e o PT, ou estou enganado?

2 comentários:

Unknown disse...

A Constituição Federal estabelece que devem ser desapropriadas propriedades que estão abaixo da produtividade, não respeitam o ambiente, não respeitam os direitos trabalhistas e são usadas para contrabando ou cultivo de drogas.A fazenda ocupada foi grilada pela Cutrale, são terras pertencentes a união. Se aconteceu desvios de conduta, que se investique e que os culpados sejam devidamente punidos. de acordo nota do MST, quando desocuparam a propriedade não havia sinais de destruição e que eles foram impedidos de acompanhar os funcionários da fazenda no ato da reintegração. Tudo pode não ter passado de mais uma armação para criminalizar o MST e criar mais uma crise para o governo. Afinal 2010 é ano de eleição e como a oposição não tem discurso, fabrica crises.

blogger disse...

Eu jamais concordaria com atos de vandalismo, mesmo porque isso nao faz parte de um povo ordeiro e respeitador das leis do país. O que me entristece mais é ver a opinião pública ser conduzida como se fosse um barquinho de papel, como o faz a Globo e o Grupo Folha, onde, em nenhum momento noticiaram que a área onde houve a invasão é área em litígio, até mesmo reconhecida por autoridades estaduais no ambito do judiciário. Mostra apenas o "ato do vandalismo" sem informar a causa deste ato (em que pese ser inaceitável por haver outros meios para resolver a questão)que era justamente o fato de o movimento estar aguardando a União assentar as famílias em SP e uma empresa particular, estar usufruindo de terras devolutas da União. Não estou justificando atos como os que foram praticados, apenas chamando a atenção para a causa e não para o efeito. A "pobrezinha" Cutrale que impede os pequenos produtores de laranja vender seus produtos a outros compradores - justificando assim o título de maior empresa do ramo - tem direito à terra enquanto trabalhadores sem terra ficam no aguardo.
Pedro de Alencar