NOTÍCIA - No município de Itapetinga, situado no sudoeste baiano, a medida encontrada pelos gestores foi cortar na própria carne. O vice-prefeito, Edilson Lima (PR), diante da ameaça de fechamento do Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia (Hospital Cristo Redentor) por alegada falta de médicos anunciou, em seu programa de rádio, que vai abrir mão dos seus vencimentos de vice-prefeito, no valor de R$ 6,5 mil, para pagamento de um médico. (...) O vice se comprometeu a registrar em cartório, na presença do Ministério Público e de associações de classe sua renúncia salarial. Deu prazo de 15 diass para que o candidato se habilite à vaga. Até o momento ninguém se manifestou(...). Fonte: A TARDE - Caderno 2 - B4 - Política - Domingo, 12/04/2009.
COMENTÁRIO - Jogou para a platéia o vice de Itapetinga, que, aliás, possui até programa de rádio, dando inveja a muitos vices de nossa região, que em muitos casos não tem nem gabinete na prefeitura. demagogias e hipocrisias a parte, o gesto é louvável, merece aplausos e a notícia uma breve análise. Vejamos.
Diria alguém: afinal pra que serve o vice? Ora, pra puxar voto em eleição e depois morrer de inveja do seu anfitrião e patrão! Constitucionalmente serve também, raras vezes, para substituir o(a) prefeito(a). Ponto. Serve mais para que? Na atual conjuntura política brasileira, o vice não manda em nada, mal tem espaço físico e político junto as administrações municipais, quiçá algo mais. No entanto tem garantido seu salário gordo e injustificável do ponto de vista moral mensalmente, sem falhar. Vamos analisar o caso de Jacobina, ainda que superficialmente:
Entrou e saiu administrações municipais e os vices-prefeitos tem sido quase que peças invisíveis nas gestões públicas dos últimos 12 anos, por exemplo. Nos 8 anos do governo Passos (ex-PFL, hoje DEM), o agora vereador Hildebrando Cedraz (PTN) ainda ensaiou uma mudança nessa conjuntura política, assumindo também o cargo de Secretário de Turismo. Muita conversa, orçamento quase zero, pouco ou nenhum apoio do gestor à época, e o sonho se resumiu a alguns minutos de fama e trabalho. O secretário e vice-prefeito ensaiava vôos políticos mais altos, e o seu prefeito de então, visualizando isto, tomou todas providências para "cortar suas asas" e deixá-lo no chão da dura realidade da política local. Perdeu-se 8 anos e se pagou salário de vice quase sem retorno à comunidade.
Pois bem. Os 4 anos seguintes, da gestão Rui Macedo, foram pior neste quesito. O então vice-prefeito, Airton Costa (PSB), não assumiu nenhuma pasta governamental, não colaborou, até onde se sabe, na gestão municipal, resumiu-se praticamente a representar o prefeito aqui e ali, numa ou outra solenidade. Romperam e ele ficou quase que a totalidade do seu mandato de vice-prefeito numa oposição velada e demagógica, recebendo mensalmente polpudo salário pago pelos contribuintes e cidadãos de Jacobina, sem que o mesmo retornasse em forma de ações em benefício do povo de nosso município. Não disse para o que veio e nem justificou sua "eleição" para o cargo. Perdeu Jacobina, assim, 12 anos de serviços que poderiam ter sido prestados pelos seus vice-prefeitos. O hoje vereador Cedraz, bem que tentou, mas foi bombardeado pelo já conhecido "fogo amigo" existente nas administrações municipais, regado a muitos interesses pessoais, nada republicanos, muitas vezes.
Hoje. Depois 100 dias do governo Valdice Castro (DEM), seu vice-prefeito, Luciano da Locar, que também já candidato a vice de Rui Macedo em 2004 (foi cassado seu registro pela Justiça Eleitoral por duplicidade de filiação partidária, quando entrou em seu lugar o médico Airton Costa, à época do PSDB) ainda não disse para o que veio e se mudará esta tradição dos vices por aqui, em nossa política. Por enquanto, vem ele repetindo as mesmas coisas que seus antecessores. Nada faz, nada constrói. Há diferença? É que hoje, o salário dele é superior ao dos seus antecessores. No resto parece que nada será diferente.
Então, pergunto: para que servem os vice-prefeitos? Por que se gastar tanto dinheiro com figuras que em nada contribuem para o município? Em meio as querelas jurídicas que ameaçam o atual governo municipal, o vice tem sido uma peça invisível e inóqua na administração municipal.
Como os vices anteriores não tomaram a iniciativa de suspenderem ou doarem seus vencimentos, o que teria sido uma ação altruísta e justa em comparação ao que fizeram em prol da comunidade durante seus mandatos, poderia o nosso caro vice atual, Luciano da Locar, seguir o exemplo do vice de Itapetinga, repassando, por exemplo, 50% do seu salário para o HATS, ou quem sabe até bancando o pagamento integral de profissionais da saúde pública que teriam a obrigação de atender gratuitamente e com eficiência a comunidade pobre de nosso município. Apenas uma sugestão. Chances de isto ocorrer? Humm, sendo otimista? 0%. Estou errado? Gostaria de estar. Eu, se lá estivesse, na condição de vice, a estória seria bem diferente da deles.
Na foto, do site Ispiaki, de autoria de Antônio Silva, da esquerda para a direita: Vereador Hildebrando Cedraz, ex-vice-prefeito nas gestões Leopoldo Passos (1997-2004), Antônio Souza, atual presidente da Câmara de Vereadores de Jacobina, e o atual vice-prefeito, Luciano da Locar.
Um comentário:
De sua filha:
Melhor pai do mundo tambem melhor vice do mundo!!!
♥Bjs♥
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